quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sufrágio feminino - 90º aniversário

Completam-se hoje noventa anos do sufrágio feminino nos Estados Unidos - em 26 de Agosto de 1920 foi finalmente aprovada a 19ª Nona Emenda constitucional que o garantia.
Se lembrarmos que a luta começou formalmente na Convenção de Seneca Falls em 1848, na qual Elizabeth Cady Stanton leu a célebre Declaração de Direitos e Sentimentos, contas feitas, constatamos que a luta só foi coroada de sucesso setenta e dois anos depois de ter sido iniciada o que é um longo espaço de tempo para uma conquista que parecia mais do que justa; lembremos ainda que das signatárias do documento apenas uma viveu o suficiente para tomar conhecimento da aprovação da 19ª Emenda.
Esta memória talvez nos ajude a aceitar com menor desânimo o facto de continuarmos a assistir a um progresso lento dos direitos das mulheres, por vezes seguido de retrocessos, talvez nos ajude a perceber por que é que o sexismo continua a fazer parte das nossas vidas. Afinal o processo histórico tem estes percalços.

De qualquer forma, muitos avanços foram alcançados; hoje, mesmo no Brasil, um país que não foi de modo algum pioneiro na luta pela emancipação da mulher, duas mulheres apresentam-se como candidatas à presidência da república, mas se olharmos em volta delas mesmas, vemos como o universo da política continua a ser um universo avassaladoramente masculino e o quanto há ainda para fazer.

Para comemorar o dia em que o sufrágio feminino foi conseguido nos Estados Unidos nada mais apropriado do que apresentar algumas citações de uma mulher que com o seu esforço, inteligência e tenacidade para ele contribuiu, trata-se de Susan B. Anthony, que algumas anti-feministas contemporâneas querem cooptar para a causa, num claro desrespeito à sua memória. As palavras que Susan Anthony escreveu há mais de cento e cinquenta anos, ainda hoje, apesar de avanços, fazem sentido:

«O facto é que as mulheres estão acorrentadas e a sua servidão é tanto mais degradante quanto mais dela não se apercebem.»

«Não haverá igualdade enquanto as próprias mulheres não colaborarem na feitura das leis e na eleição dos legisladores.»

«Não se pode dizer que a mulher instruída é a mais feliz. Quanto mais aberta é a sua mente melhor compreende as condições desiguais entre homens e mulheres e mais desespera perante um governo que tolera tal situação.»

2 comentários:

  1. E com tudo isso ainda temos que aguentar as pessoas repetindo, como se fossem papagaios, que o feminismo está ultrapassado!

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  2. Olá Flovi
    Fui visitar o seu blog e procurei agradecer o comentario elogioso que me fez mas não consegui publicar por qualquer dificuldade técnica.
    Procurei comentar com URL, mas não percebi o que se passou.
    Abraço, Adília

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