terça-feira, 24 de agosto de 2010

Anti-feminismo travestido: o feminismo da igualdade

Christine Sommers, autora de Who Stole Feminism (1994) critica as feministas suas contemporâneas, que designa de «feministas de género» e defende aquilo a que chama «feminismo da igualdade».
A sua crítica, entre muitos outros aspectos, incide sobre a tentativa feminista de expurgar os manuais escolares de vestígios de sexismo. Vejamos o que escreve a esse respeito:

«Certos temas simplesmente não ocorrem nestas histórias e nestes artigos (dos livros escolares). Dificilmente surge uma história que celebre a maternidade ou o casamento como um modo de vida preenchido e significativo»

Como se pode ver, Sommers critica os manuais escolares por não apresentarem o casamento e a maternidade como um modo de vida e ainda como um modo de vida dotado por si só de significado e capaz de preencher a vida de uma mulher. Com esta crítica está a insistir mais uma vez num modelo que reduz a mulher à função de esposa e de mãe, precisamente aquilo que o feminismo combateu. Por isso não é de admirar que os manuais escolares, na tentativa louvável de expurgar vestígios de sexismo, não o apresentem, mas para S. esse modelo é não só legítimo como desejável. Parece não querer perceber ainda que se uma mulher se auto-limita e define por esses papéis, a sua capacidade de autonomia fica seriamente comprometida já que terá de depender de um marido provedor e protector e continuará a existir como um ser humano dependente.
Este é apenas um exemplo do tipo de «feminismo» de que é apologista, mas já dá para perceber que estamos perante anti-feminismo travestido.

Nota: Provavelmente Sommers gostaria que imagens do tipo da aqui apresentada constassem dos manuais escolares, claro que sem a legenda que pode despertar o senso crítico.

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