domingo, 5 de julho de 2009

Mulheres unidas jamais serão vencidas!

Com a devida vénia, publico aqui o comentário que Élida, das Maçãs Podres, fez em resposta ao meu post de 4 de Julho:

“É evidente, que existem alguns factores que levam a essa postura contra a libertação das mulheres; Simone de Beauvoir já observou isso. A situação das mulheres é, sem dúvida, a mais complicada, porque as mulheres burguesas são solidárias dos burgueses e não das mulheres proletárias; as brancas, dos homens brancos e não das mulheres negras; as mulheres vivem dispersas entre homens, ligadas a eles por moradia, condição social, interesse económico, trabalho ou qualquer outra coisa. Seria possível para o negro e para o judeu propor uma sociedade sem brancos inteiramente judaica ou inteiramente negra, ou para o proletário propor o trucidamento das classes, mas o laço que une as mulheres a seus opressores não se compara a nenhum outro. O casal é uma unidade fundamental cujas metades se acham na sociedade dos sexos e a mulher é o Outro dentro de uma totalidade cujos termos são necessários um ao outro. Aí entra a questão: Porquê mulheres lutam contra os direitos das mulheres? Acredito que as ideologias, incutidas nas mulheres e nos homens ao longo do tempo, cumprem seu papel muito bem. A Moral Cristã, no Ocidente, cumpre seu papel perfeitamente... aí eu me pergunto: como é que as mulheres tão inteligentes, equilibradas e cultas não conseguem perceber sua própria opressão dentro dessa ideologia? A ideologia cristã incute nas mulheres o estereótipo da santa, por mais que ela não seja, ela precisa estar ali no meio-termo para ser aceita e viver “harmoniosamente” com o outro (homem) no qual é fundamental, além de tirar o seu impulso de vida, matando-a, não em seu físico, mas enquanto ser pensante, ser humano. Aí está o impasse!

Algumas mulheres não estão dispostas a abrir mão dos seus míseros privilégios. E abrir mão dos privilégios não é de maneira alguma propor a exterminação do sexo oposto! É questionar o seu papel na sociedade, questionar o ser mulher, questionar e romper os absurdos implantados nos seres humanos. Por isso, o rompimento das estruturas de opressão é fundamental.

Já sabemos que o fim do capitalismo não irá trazer o fim do machismo e do racismo, portanto, podemos começar a agir em prol de uma mudança substancial no “ser homem” e no “ser mulher”. Não podemos aceitar aquilo que nos confina em nosso sexo! Embora algumas vertentes do feminismo venham lutando por isso, ainda temos ideologias, como a cristã (mesmo sabendo que não é a única), cumprindo muito melhor seu papel do que o feminismo. As mulheres estão desunidas até mesmo dentro do movimento feminista. Esse é o nosso maior problema!
Até porque, as mulheres unidas é sem dúvida desestabilização da ordem estabelecida!"

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