quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pérolas de misoginia

Dou hoje a palavra a Hegel que fornece mais um argumento às autoras feministas que subscrevem a tese de que o canon filosófico é misógino:

«As mulheres são susceptíveis de ser educadas, mas não são feitas para actividades que exigem uma faculdade universal como as ciências mais avançadas, a filosofia e certas formas de criação artística … As mulheres regulam as suas acções não por exigências de universalidade, mas por opiniões e inclinações arbitrárias.»[1]

Repare-se no tom condescendente: as mulheres não são destituídas de todo, até podem ser educadas, mas há domínios - os domínios mais nobres da cultura humana, que lhes estão completamente vedados. Estruturalmente não são capazes de agir segundo princípios racionais (aqui Hegel concorda em absoluto com Kant) e os motivos das suas acções são arbitrários, isto é, são movidas por caprichos.

Será preciso dizer mais??

[1] Hegel: The Philosophy of Right

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